Resumo do Impacto da Pandemia no Consumo de Energia

Consumo de Energia

O setor de energia também foi gravemente afetado durante a pandemia, devido à desaceleração das atividades econômicas e com a redução de fluxos de comércios, transportes e pessoas.

No Brasil, de acordo com o balanço geral do primeiro semestre ocorreu um decréscimo no consumo de energia. Os dados do infomercado mensal CCEE, representados no gráfico 01 demonstram essa queda.

Gráfico 01: Comparativo de Consumo acumulado no ano – Fonte: CCEE, 2020.

Verifica-se, que no acumulado dos seis primeiros meses do ano o consumo de energia, foi 4,5% inferior ao observado no mesmo período de 2019. O mês de maio foi o de redução mais severa, sendo 11% inferior ao mesmo mês do ano passado.

Porém, a partir do mês de julho ocorreu um crescimento no consumo de energia. No mês de Setembro, verificamos um aumento de 4,0% em relação ao mesmo período de 2019. Já o mês de outubro contabilizou um consumo de 68,047GW médios, apresentando assim uma elevação de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Quando avaliamos o consumo acumulado, de janeiro a outubro de 2020, verificamos que o mesmo retraiu -2,3% em comparação ao mesmo período do ano passado, porém foi uma queda menor que a verificada em setembro (-2,9%), reforçando assim a tendência de crescimento do consumo.

Para o mês de novembro, a CCEE ainda não publicou os dados mensais, mas de acordo com os dados prévios publicados nos boletins quinzenais, em novembro tivemos um queda de 0,7% no consumo, utilizando como referência o mesmo período de 2019, contrariando o aumento que vinha sendo alcançado nos meses anteriores.

Consumo de Energia no Ambiente de Consumo Livre

Avaliamos também o efeito da pandemia nos ambientes de consumo livre (ACL) e regulado (ACR). O consumo de energia no ACL, excluindo o efeito da migração das cargas novas, apresentou uma queda nos meses de abril a julho, em função das medidas restritivas, porém a partir de julho sua curva de crescimento é ascendente, conforme gráfico 02.

Gráfico 02: Comparativo de Consumo anual acumulado para Mercado Livre. Fonte: CCEE, 2020.
Gráfico 02: Comparativo de Consumo anual acumulado para Mercado Livre – Fonte: CCEE, 2020.

O consumo de energia no ACL em outubro, excluindo o efeito da migração das cargas novas, continua sua curva de crescimento ascendente, mostrando uma elevação de 3,3%.

Ao aumento é ratificado pela elevação em 9 dos 15 ramos de atividade, em destaque temos: bebidas (9,8%), metalurgia e produtos de metal (9,6%), minerais não-metálicos (7,6%), e madeira, papel e celulose (6,1%). Os setor que apresentaram as maiores retrações ainda se concentram nos de serviços (-11,7%), transporte (-6,8%) e veículos (-5,8%).

No acumulado de 2020, e eliminando-se o efeito da migração, o ACL retraiu -3,8%.  Os únicos ramos com variação positiva no ano foram o de Saneamento (2,7%), alimentícios (2,4%) e minerais não metálicos (1,6%).

Consumo de Energia no Ambiente de Consumo Regulado

O ambiente regulado apresentou uma redução brusca. Isso ocorreu nos meses de abril a maio, em que tivemos as medidas restritivas mais rigorosas no Brasil, conforme gráfico 03.

De acordo com os dados, em maio de 2020 o ACR retraiu 11,3%. A partir do mês de julho percebe-se um crescimento, sendo que em outubro, ao excluir o efeito da migração dos consumidores do ambiente regulado para o livre, o ACR apresenta um aumento de 2,3%.

Gráfico 03: Comparativo de Consumo anual acumulado para Mercado Regulado - Fonte: CCEE, 2020.
Gráfico 03: Comparativo de Consumo anual acumulado para Mercado Regulado – Fonte: CCEE, 2020.

Resumo do Consumo de Energia

Para os meses de novembro e dezembro, ainda não temos dados mensais consolidados, mas de acordo com o último boletim quinzenal publicado pelo CCEE com os dados de consumo de novembro, o Ambiente de Contratação Livre – ACL, continua em crescimento, atingindo 7,7% de aumento no consumo comparado a novembro de 2019, enquanto o Ambiente de Contratação Regulada – ACR registrou queda de 4,4% frente ao mesmo período.

E de acordo com os dados do programa mensal de operação para dezembro o Operador Nacional do Sistema (ONS), projeta um aumento de carga de 4% para dezembro, esse aumento é esperado devido ao consumo da indústria e das temperaturas maiores esperadas nas capitas do Sudeste e Centro Oeste.

De acordo com os dados, vemos que o consumo de energia apresentou uma pequena melhora nos meses de julho a outubro, no entanto, voltou a cair em novembro, e espera-se uma melhora no consumo para dezembro.

Em relação aos ambientes, o mercado regulado – ACR, foi o que mais sofreu com os efeitos da pandemia. Isso, pode ser explicado pela redução das comprar nas lojas físicas e dos atendimentos presenciais em comércios e serviços de menor porte.

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Conteúdo elaborado pela Joi, Fundadora do canal Energês